EM MOGI MIRIM, AUMENTO DE PASSAGEM, INICIO DO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO E ONTEM AT TARDE O SISTEMA FOI SUSPENSO

Bom Dia





Hoje trazemos a situação do transporte em Mogi Mirim, onde a Prefeitura e a FENIX implantaram o sistema de integração, nos mesmos moldes que foi feito em Americana, onde os passageiros  vem ate o Centro e trocam de Onibus
Mas da mesma forma que aconteceu em Americana, houve uma grande confusão na cidade e o descontentamento da população o que fez como que o Prefeito da Cidade REVOGASSE O SISTEMA

Mas o aumento da passagem que foi pleiteada pela FENIX aconteceu


Veja abaixo um historico de como foi a situação na cidade em reportagens do JORNAL O POPULAR MOGI MIRIM

Integração de linhas começa com problemas; passagem vai para R$ 4,20

Um dia de transtorno para os usuários do transporte público de Mogi Mirim. A quinta-feira, dia marcado pelo início da integração de linhas em toda a cidade, projeto alardeado pela Prefeitura nos últimos anos e que finalmente saiu do papel, registrou uma série de empecilhos aos usuários dos ônibus. Falta de informação, número das linhas e rotas alteradas, mudanças em pontos de ônibus, placas instaladas em cima da hora e até cobrança dupla, indo na contramão do objetivo principal da integração, realizada pela Prefeitura em parceria com a Viação Fênix.
O resultado não poderia ser outro: um festival de desinformação, passageiros perdidos e um misto de revolta com inconformismo. Nesta segunda-feira, a passagem do ônibus passou a custar R$ 4,20, R$ 0,70 a mais do que o valor atual. O último reajuste da tarifa ocorreu em 2015.
O POPULAR esteve no ponto oficial da integração de linhas, na Rua Coronel João Leite, em frente à Escola Estadual Coronel Venâncio, no Centro, e na Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, reduto de maior concentração de passageiros no município, e responsável por receber centenas de pessoas todos os dias. Logo que a câmera disparou seu primeiro flash, a caneta e o gravador entraram em ação, as queixas surgiram em questão de segundos.

No Jardim Velho, motoristas da Fênix auxiliaram os passageiros, com dicas e entrega de panfletos. (Foto: Diego Ortiz)
“Uma bagunça, ao invés de fazer uma linha de cada vez, para dar tempo do pessoal se acostumar, fizeram tudo de uma vez só. Faltou comunicação, aviso. Estou esperando o ônibus há duas horas. E cadê?”, questionou Antônio Germano, morador da Vila Dias, e que aguardava no Jardim Velho para retornar à zona Leste.
Moradora do Mogi Mirim II, Maria Alves Valto procurava tomar seu rumo com um folheto distribuído por funcionários e motoristas da Viação Fênix. Aliás, muitas das placas instaladas nos pontos de ônibus, informando o número das linhas foram fixadas na manhã de quinta-feira.
“Está muito confuso, peguei ele (o ônibus) em frente a minha casa lá no Mogi Mirim II, depois ele foi até o UPA (Unidade de Pronto Atendimento), deu uma volta, passou pelo local onde peguei , desceu, passou debaixo do túnel e veio para cá. Não entendi”, ressaltou.
Onde me informo?
A falta de informação se tornou outro problema. “Pelo menos antes de ontem ou ontem (terça e quarta-feira), deveriam ter informado. Agora ficou tudo amontoado, pessoal está atrapalhado”, disse.
O aposentado Everaldo Rodrigues da Silva, um dos beneficiados com passagem gratuita, mostrou reticência com o fato de o passageiro ter a necessidade de fazer uma baldeação na região central até chegar ao seu destino.

Passageiros encontraram dificuldades nos primeiros dias da integração de linhas. (Foto: Diego Ortiz)
“Acho errado não ter mais bairro a bairro, quem precisa pegar o ônibus é difícil. Pra mim é bom (tomar dois ônibus) porque não pago, mas quem paga é muito difícil”, observou.
O tempo estimado de 1 hora para que o passageiro saia de seu destino, desembarque no Centro e pegue outra condução pode ser insuficiente em sua visão.
“Acho uma grande desvantagem, principalmente para quem trabalha. Não vai ser suficiente uma hora, os próprios ônibus atrasam, deveria ter pelo menos um mês para todos se adaptarem. Pegou todo mundo de surpresa”, cobrou.
“De uma maneira geral ficou ruim porque prejudica em relação ao horário. Muitos vão perder horário no emprego ou talvez até perder o emprego por causa disso”, completou o aposentado Osvaldo Benedito.
Cobrança feita duas vezes e consulta 1 hora atrasada
Roseli de Fátima, moradora do Jardim Planalto, reclamava da mudança do ponto e da falta de informação. Ela viu o ponto em que tomava o ônibus, antes em frente de sua casa, ser transferido para uma área 200 metros à frente, sem nenhum tipo de aviso pela Fênix. Vendedora de tapetes artesanais no Jardim Velho, não entendeu a mudança.
“A gente acordou sem ter ponto certo para pegar o ônibus, tivemos que adivinhar aonde iria passar. No folheto só está marcado o horário e não que mudou os pontos. Está uma bagunça”, desabafou.
Situação crítica viveu Priscila Cristina, que mora no Mogi Mirim II. No ponto em que habitualmente esperava o ônibus, mais de uma hora e meia de espera. Lá chegou às 8h e só ingressou no veículo às 9h37. Detalhe: sua filha tinha uma consulta na região central às 9h. Foi preciso poder de convencimento à secretária e ao médico para que a criança não fosse prejudicada.

Na Rua Coronel João Leite, placa foi instalada só na quinta-feira. (Foto: Diego Ortiz)
“Fui ao ponto de ônibus antes das 8h da manhã e não passou. Faltou informação, já deveriam ter colocado as placas antes de mudar para saber aonde pegar o ônibus, avisar um mês antes. Para voltar dizem que é a linha 20, mas estou confusa. No ponto que peguei, várias pessoas perderam o horário do serviço para esperar o ônibus”, afirmou.
Helem Dayane, moradora do Linda Chaib, viu seu ônibus atrasar. “Entrei no primeiro ônibus, passou e cobrou (a passagem). No segundo também, e não desci no ponto desejado”, queixou.
“Não sabemos nem os trajetos e nem as linhas. Simplesmente paramos, perguntamos para o motorista. Eles param em ponto em que não sabemos nem aonde desce”, condenou.
Outra moradora do Jardim Planalto, Vilma Zacarias, pontuou ter vivido um dia de alienada. “Sai de casa 6h30 para pegar o ônibus 7h10, e não sabia que ônibus que vinha”, reclamou.
Para ela, a estrutura oferecida aos passageiros no Jardim Velho é aquém de ideal. “Não temos um terminal, não temos um banheiro, não tem um bebedouro, mas pagamos nossos impostos. Porque essa falta de respeito com nós?”, cobrou.
4 20

Transtorno esperado, admite secretário de Trânsito, sobre integração

A “quinta dos problemas” no transporte público não passou batida aos olhos da Administração Municipal. Ciente de que o dia acabou tomado pela frustração ao invés da satisfação por parte do usuário do ônibus circular, a Prefeitura se mostrou atenta, mas ao mesmo tempo tranquila diante de toda a situação. Durante a manhã e tarde de quinta-feira, tanto o secretário de Transporte, Trânsito e Serviços José Paulo da Silva, o gerente operacional da Viação Fênix, Sandro Souza, e demais funcionários da empresa acompanharam o corre-corre e a falta de informação dos usuários em diversos pontos da cidade, sobretudo no Centro, entre a Rua Coronel João Leite e o Jardim Velho.
José Paulo colocou panos quentes e disse que o período de quinta-feira até amanhã serve justamente para testar o sistema de integração, reparar falhas e corrigir os erros por todo o município. “Esse transtorno a gente aguardava, apareceram justamente para serem sanados. É na verdade um teste, hoje (quinta-feira), amanhã (ontem), no final de semana”, alegou, para depois sair em defesa tanto da Prefeitura como da Fênix no que diz respeito às informações sobre mudança de rotas, do número das linhas e do sistema de uma maneira geral.
“Foi divulgado, a Fênix divulgou, todos os ônibus têm informativo, existe o jornal informativo (distribuído pelas ruas), a imprensa. Tudo isso foi pensado”, justificou.

Jardim Velho, um dos pontos de maior concentração de usuários, serve como local de integração. (Foto: Diego Ortiz)
Tanto na quinta-feira como ontem diversos usuários do transporte público se questionavam sobre quais os benefícios o sistema de integração traria para a cidade. A indagação era sobre haver a necessidade de se dirigir das zonas Norte ou Sul em direção ao Centro, ter que descer, esperar e tomar outra condução antes de chegar ao destino, em regiões como a zona Leste, por exemplo. A queixa era que anteriormente os ônibus iriam direto, o que foi rebatido pelo secretário.
“Qual o benefício? Atender toda a população, porque não tinha linha que circulava a cidade toda, agora vai ter. Antes não tinha ônibus que saia do Maria Beatriz e ia até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com a pessoa pagando uma única passagem. A pessoa vai pagar uma passagem só, mas tem que descer no Centro e tomar outro. Com a integração, isso vai acontecer. Lógico que a pessoa não vai no mesmo ônibus, por isso a integração”, atestou.
“Eles (passageiros) vão ganhar com isso, é questão de adaptar. Realmente, mudou o número de linhas justamente para não ter confusão. As linhas de 1 a 19 agora são de 20 a 33 justamente para evitar confusão”, completou.
Explicações
O secretário disse ainda que os atrasos nos horários dos ônibus, outra insatisfação dos passageiros nos últimos dias, se deram por conta do início da operação. “A Fênix calculou tudo isso. É que hoje (quinta-feira) foi o primeiro dia. Vai haver atraso, o motorista perde tempo para dar explicações, isso faz parte do todo. A Fênix tomou esses cuidados, estudou tudo isso. Tudo será sanado”, prometeu.

Placas foram instaladas somente no dia em que a integração teve início. (Foto: Diego Ortiz)
Passageiros devem procurar escritório para serem ressarcidos
José Paulo cravou ainda que os usuários que não foram contemplados com o bilhete único e tiveram que pagar duas passagens poderão ser ressarcidos pela Fênix. Para isso, basta os passageiros se dirigirem ao escritório da Viação, localizado na Rua Padre José, 286, ao lado da Drogaria Danieli, na parte alta do Jardim Velho e explicar o problema.
Conforme dito pela Prefeitura na última semana, a Fênix conta com um moderno sistema de análise e identificação dos usuários. “É só procurar o escritório da Fênix que serão ressarcidas. A empresa hoje detém um sistema super-avançado, monitorado via satélite, então identifica de todos os ônibus como se fosse um extrato bancário, mostra os passageiros que entraram no ônibus e se houve uma cobrança indevida”, garantiu.

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